17 março 2008

Não quero ser repetitiva, mas o nosso Cardina vai, definitivamente, lançado...


" A Tradição da Contestação

Acaba de ser publicado A Tradição da Contestação – Resistência Estudantil em Coimbra no Marcelismo (*), uma obra de Miguel Cardina, que corresponde, «com alguns acrescentos», à dissertação de mestrado que apresentou em 2005.

Trata-se de um livro notável, a vários níveis.

Se o subtítulo situa a obra na geografia e no tempo, uma contextualização sistemática, e minuciosamente documentada, leva-nos para muito mais longe: não se limita nem a Coimbra, nem ao período de 1968-1974. Por um lado, porque os movimentos estudantis, as suas histórias, lutas e características culturais são bem inseridos no panorama político geral, a nível nacional e internacional, e têm presente a evolução do próprio conceito de juventude e do seu papel. Por outro, porque o autor descreve e explica que é na segunda metade da década de 50 que devem ser procuradas as raízes próximas de todas as contestações e dissidências que se seguem.

Apesar de me interessar especialmente pela problemática e pela época, e de ter vivido grande parte do período em questão no meio universitário, aprendi uma série de coisas que desconhecia ou em que nunca tinha parado para pensar – desmérito meu, talvez, mérito de Miguel Cardina, certamente.

Voltando ao livro: à qualidade do conteúdo, alia-se uma escrita impecável, com a vantagem de ser tão fluente que torna difícil interromper a leitura – quase como se de um romance se tratasse –, o que não é muito corrente em estudos deste tipo e constitui uma mais-valia indiscutível. A título de mero exemplo, anotei a clareza com que são descritos, em poucas páginas (102 a 110), os traços comuns do emaranhado dos «novos radicalismos de inspiração marxista» surgidos nos anos 60.


Miguel Cardina prepara actualmente uma tese de doutoramento sobre a construção da esquerda radical durante o Estado Novo.

Teremos a tese e muito mais. Porque é quase com incredibilidade que se lê que este autor nasceu em 1978."

(in www.entreasbrumasdamemória.blogspot.com)

1 comentário:

moni disse...

Muito Bem!
Já li algumas obras sobre esta época, que muito alicía, se tivesse uma máquina do tempo, certamente seria um dos meus destinos. Como não tenho (momento de resignação!!!)fico-me pela leitura, prazer insubstituível.
Será que está à venda na Almedina?Alguém sabe onde posso encontrar?