29 fevereiro 2008

Ainda os Trintas (mas desta vez, para cima!)



Uma vez que já me desorientaram o dia todo (acham normal que me desmarquem uma diligência em Viseu no próprio dia, sabendo que vou de fora?) fiquei com tempo a mais com que não estava a contar, e uma grande fúria para descarregar, por esta e outras coisitas que agora não vêm ao caso.
E que melhor maneira para aproveitar o meu tempo recentemente ganho do que transformar a fúria em energia positiva e aliviar um bocadinho a carga dos ombros da nossa doce Licínia, que não deixa de fazer o esforço de ir alimentando sempre esta nossa amizade?
Respira, Maf...
Pronto! Já está melhor!
Pois então, e porque como diz a Licínia, ter trinta anos “não tem só coisas más”, hoje deixo aqui algumas das coisas boas (pelo menos para mim, não sei se os outros se sentem na mesma), para o Sesé se ir preparando, se bem que a ele ainda lhe faltam muiiiiitos anos!
Aos trinta sabemos definitivamente muito melhor o que queremos e gostamos, já não é tão fácil dar-nos a volta e também já não nos contentamos assim com qualquer coisa; a palavra “qualidade” começa a fazer parte do nosso vocabulário e como percebemos que o tempo passa depressa, temos muito menos paciência para o desperdiçar com coisas, situações, lugares e pessoas que não valem realmente a pena... por isso é que é muitas vezes aos trinta que a malta decide dar o tal “chuti no baudi” de que falava a Moniquinha e alterar profundamente o rumo da sua vida... ele há os que se casam, os que se separam, os que decidem mudar de país, os que decidem ter filhos, os que decidem não ter, outros que decidem sair de casa... faz-vos lembrar alguma coisa? Espero que sim, porque é bom sinal.
Está na altura de subir um degrau e começar a perceber onde queremos estar aos quarenta.
Somos independentes, fortes, cheios de problemas, cantos e recantos que nos tornam muito mais interessantes e complexos. Já conseguimos arranjar alguns truques para lidar com os nossos traumas, tristezas e problemas, que também conhecemos melhor.
Estamos mais bonitos (não estamos?), menos inocentes e menos radicais.
As mulheres têm mais sentido de humor. Os homens estão mais chatos e sérios.
Mesmo quando as finanças estão em baixo, conseguem estar acima dos melhores momentos dos “vinte”, o que nos permite ter muito mais qualidade de vida... será que aos vinte conseguíamos ir ao “Sacas” como fomos este Verão e passar quatro dias a fazer refeições fora?
Não é tão fácil estar calado. Quando damos conta, já nos saiu “aquela” que não era para dizer (ou isso sou só eu?), mas também temos muito menos medo de exprimir o que sentimos e menos medo de “apanhar na cabeça” ou ficar com o coração em pedacos... mais pedaço, menos pedaço, já sabemos que ele ha-de ir ao sítio.
Eu, aos trinta, tenho a maior riqueza do mundo, que é saber o que é ser mãe. Deste privilégio, não posso falar muito, porque não me chegam as palavras. Só posso recomendar-vos que experimentem.
E mais Licínia?
Agora é que marchavam a cervejinha e os tremoços!

2 comentários:

moni disse...

Tão Lindo!
Naõ consigo dizer mais nada...

Licinia disse...

Bem...Depois de um corre corre daqueles (ainda por cima de sapatos novos que me lixaram os pés todos, para não dizer uma asneira...) lá tive tempo para, calmamente, vir aqui ler o texto da amiga Perchta...
A primeira coisa que me ocorreu foi: "Tenho de arranjar o telefone do tribunal de Viseu! Vou falar com aquela gente para desmarcarem mais diligências à Mafalda...Se ela escreve bem sem estar chateada, quando a enervam, a rapariga, escreve ainda melhor...Sim senhor, este post tá 5*****, do melhor que já li pela blogosfera, e eu até leio umas coisas por aqui"...
Depois vos digo que fiquei também sem palavras...não pelo tema em si, mas pela maneira como tá exposto...muito bom mesmo...
Concordo com quase tudo, apenas digo que, quanto a mim, a segurança, às vezes, não é tanta quanto eu queria e gostava que fosse; que a independência também não é tanta quanto gostava que fosse...e depois ando a sentir a falta de uma coisa muito minha...uma família...um filho ou dois. Se calhar era assim que me via há uns anos atrás ao imaginar como seria quando tivesse 30 anos. Ainda não se proporcionou...e também não está para breve...a ver vamos.
Mas como estamos a falar das coisas boas, acho que esta idade é a idade do fim dos complexos...gosto de mim, do meu corpo, não importa se a roupa é da marca x ou y...tou bem comigo e qualquer trapinho assenta...(isto digo eu porque acho q as minhas borbulhas me andam a dar tréguas...senão andava eu para aí a dizer mal da minha vida como se tivesse 16 anos...) É isso... auto-estima...sinto-me bem e gosto de mim como sou e dificilmente algém me convençerá do contrário...
Outra coisa que acho que comecei a pôr em prática, para além de aprender o significado da palavra "qualidade", foi começar desligar o "complicómetro"...Claro que ainda há coisas que me tiram do sério, mas a maior parte começa a não me maçar muito! Vivo a vida sem stress...é demasiado curta para perder tempo com insignificâncias...Não tenho tudo o que queria? No problem, há coisas bem mais importantes e, acima de tudo dou valor a coisas pequenas como dar um passeio de bicicleta, passar uma tarde com a minha afilhada, ver a minha famíla bem...isso sim é importante...
Mas uma das melhores coisas dos 30, é que já sabemos quem são os nossos amigos de verdade...E bom mesmo, é pensarmos que aos 20 tinhamos uns, e aos 30 temos outros, mas os dos 20 continuam presentes na nossa vida...
Pronto...Assim de repente não me lembro de mais nada...Tirando a parte do "Era capaz de cometer um crime só para te ter como minha advogada..." que significa que é nesta idade que o charme, no verdadeiro sentido da palavra, começa a funcionar...(ou isso ou o truque do engate barato no qual também já não caímos...lá está outra vantagem dos 30...)
Agora, se me dão licença, vou ali pôr os pezinhos de molho, volto na semana que vem...Beijinhos a todos