20 janeiro 2008

(Des)lembranças de Lisboa


Perdoem-me se sair alguma imprecisão, que a minha memória tem uma certa tendência para “amalgamar” estas coisas – é o que dá ter um cérebrozinho T2…
Enfim… adiante.
Se bem me lembro, num belo dia de Primavera, uma delegação Adozinda, Adozindica ou Adozindíaca, - para não ferir susceptibilidades - decidiu dedicar-se à edificante actividade da “venda do postal” (onde é que eu estava com a cabeça? Logo aqui devia ter percebido as minhas limitações!).

Cheios de energia e determinação, lá apanhámos nós o Quim para Lisboa, logo bem cedinho pela manhã (??? ora cá está uma que não me cheira – só se fomos de directa).
Confesso que da viagem não me lembro mesmo nada, mas sei que chegados à capital logo nos dirigimos à Rua Augusta e arredores, onde, entre alguma boa gente, ainda deparámos com tudo quanto era maluquinho e pelo menos um psicopata… o certo é que, contra todas as expectativas, ninguém foi assaltado ou coisa pior e lá se conseguiu levar a missão a (muito) bom porto.
Encerrados os trabalhos, e depois de dar por ali umas voltinhas, há que pensar “como é que a malta se vai divertir” e “para onde”.
E é nesta fase que, não sei por alma de quem, decidimos ir perguntar a um Polícia que por ali andava no Rossio qual era o autocarro para ir não sei para onde, ao que aquele deu resposta pronta como seria de esperar.
Só pensei que íamos presos quando o Tiago se lembrou de perguntar, com a cara mais séria do mundo: “ E onde é que apanha?” … (onde é que apanha, Titi? Não te ocorreu que o gajo podia levar a mal?)
Com ou sem autocarro, tenho –quase, quase - a certeza que fomos parar ao Bairro Alto, a uma tasquinha bem “porreira, pá” e andámos por ali a dar umas voltas (não me lembro, pronto…), até chegar a hora de podermos finalmente apanhar o comboio para casa outra vez.
Claro está que suas excelências “os meninos” acharam por bem comprar bilhetes apenas até meio do caminho, que sempre ficava mais barato.
Não sei se por serem apanhados pelo “pica”, se por vontade própria, o facto é que os cromos acabaram mesmo por sair antes de chegarmos a Coimbra (em Pombal?!?), e hão-de ter vivido outras aventuras que nós –“meninas de bom senso” – provavelmente nunca chegaremos a saber.
O que sei, isso sim, é que o raio do funcionário da CP queria, porque queria, obrigar-nos a ir com eles, por muito que protestássemos que não tínhamos nada a ver com isso e queríamos era ir para Coimbra: “- Mas os rapazes saíram!!!”, dizia o homem indignado (ou seria mulher? ai, ai o que para aqui vai) , pelo abandono a que tínhamos votado os supostos “namorados”.

Se calhar sou a única que (não) se lembra disto...

1 comentário:

Licinia disse...

Minha linda, que obra prima aqui está...este post definitivamente é o post que mais tem a ver com os Adozindas e as suas aventuras...se já toda a gente me ouviu aqui dizer que fico comovida, desta vez é mesmo muito a sério...Obrigada amiga...(pausa para limpar uma lágrima que caiu no teclado)...
Esta nossa aventura, para mim, foi inesquecível:...foi a primeira vez que me estreei na venda do postal, foi um "fartote" de rir e o negócio não nos correu nada mal...(tanto que voltei lá mais vezes e o lucro sempre compensou...)...
Já não me lembro se fomos assim "Logo bem cedinho pela manhã" mas o meu cerebrozinho T0 diz-me q às tantas n devia ser assim tão cedo...(cedo e Adozindas não eram lá muito compatíveis a não ser quando vinhamos das noites do ETC e havia "grito de alvorada")...
Lembro-me de juntarmos as capas e em plena Rua Augusta contarmos o dinheiro...(santa ingenuidade...)...
lembro-me também de irmos à tasquinha no Bairro Alto e se n me engano tb fomos ao Frágil nessa noite...
Da cena do comboio também me lembro...Os "meninos" decidiram ficar em Pombal para continuarem como o negócio...e nós, já n sei porquê, fomos directas para Coimbra...parece-me é que foi quando compramos os bilhetes que o vendedor achou que não nos devíamos separar e com ar de espanto e ao mesmo tempo "avisador" disse..."as meninas têm a certeza que vão para coimbra? Olhem que eles vão para Pombal..."...
Lanço o desafio aos restantes Adozindas, de virem aqui acrescentar mais alguma coisa a este episódio...